Viajar ao estado do Rio de Janeiro vai além de sol e belas paisagens, é beber da nossa história direto da fonte.
A pouco mais da metade do caminho entre São Paulo e o Rio, meio que escondida na Serra do Mar, fica a bela cidade histórica de Paraty. Fundada em 1667, a cidade passou por momentos áureos, primeiro como um grande centro produtor de cachaça, chegando a ter mais de 250 engenhos de cana de açúcar para a produção da aguardente e no século XVIII, foi um importante porto por onde se escoava o ouro e as pedras preciosas que vinham de Minas Gerais e iam em direção a Portugal. Mais recentemente, com a descoberta pelos turistas, principalmente após a abertura da Rodovia Rio-Santos na década de 70. Espremida entre a Serra da Bocaina e a Serra do Mar, Paraty é única no Brasil. São ilhas e mais ilhas, algumas completamente intocadas e um mar de cor verde sem igual. No lado da Bocaina, a impressão é de se estar no campo, e muito longe do mar, mas basta achar uma brecha entre as montanhas pra encontrar o mar ao longe. E de barco, quanto mais se distancia da costa, mais preservada se encontra a natureza. Na cidade, são Igrejas centenárias e casarões históricos por todos os lados. Símbolos maçons são vistos em muitas de suas construções, mas seus significados hoje em dia são muito mais estéticos do que qualquer outra coisa. Um dia nublado na cidade pode significar um grande dia de caminhadas e descobertas pelas pedras desiguais das ruelas de Paraty e um grande dia tanto quanto se você estivesse nas praias das ilhas logo ali em frente. É uma troca sem perda alguma.
Já chegando ao Rio de Janeiro e continuando sua busca pela história, uma parada no centro convida uma volta ao tempo. A Confeitaria Colombo foi fundada em 1894 e não é só pelo concorrido salão de chá que fica apinhado de cariocas e turistas. Sua arquitetura impressiona e na época só rivalizava com as confeitarias de Paris ou Londres. Hoje impressiona muito mais, já que seus mais 100 anos de história não ofuscaram seu glamour, pelo contrário, é uma ilha no meio da cidade, um lugar para parar e esperar o tempo passar, ou até mesmo voltar nele, e tentar se transportar para sua época de ouro, imaginando como eram as pessoas e o que aquilo tudo representava. Hoje em dia, a disputa por uma mesa é grande, assim como as opções do cardápio. Num fim de tarde corrido, depois de desistir de enfrentar a fila para sentar, recorri ao balcão mesmo e provei um gostoso bolinho de bacalhau e para recuperar as energias, uma torta doce mil folhas de cair o queixo. Mas as opções são muitas e um desfile de chás, doces e salgados estão à espera daqueles sortudos de verdade que estão ali sem pressa e sem precisar olhar para o relógio, assim como era a vida 100 anos atrás.
Ale Ravagnani
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